O Estado conseguiu entrar no Complexo do Alemão. Parabéns! Agora quero ver se consegue estabelecer-se por lá! E não é com armas que o Estado vai se estabelecer de maneira benéfica à população local. Eu quero ver o dia que algum Governante vai aparecer na tv anunciando que implantou no Complexo do Alemão e nas outras comunidades "pacificadas", além de suas UPPs, Saneamento; Pavimentação; Saúde; Esporte; Lazer; Cultura; Programas de desenvolvimento profissional; etc. Combater cidadãos fracos o Estado provou que sabe, agora quero ver se ele consegue formar cidadãos fortes.
Não quero, nem devo, aqui, defender criminosos ou mesmo tentar justificar suas escolhas. Mas não podemos negar que é notório o abandono por parte do Estado nas áreas que são dominadas pelo poder paralelo, e indo além, podemos afirmar que tal poder só conseguiu estabelecer-se nesses locais porque lá o Estado não era atuante. Em contrapartida o Estado afirmava ter dificuldades em agir plenamente por conta da atuação constante dos bandidos naquelas áreas. Mas o fato é que os políticos só lembram das favelas na hora de fazerem suas campanhas, e nos últimos anos têm feito acordos com os chefes do tráfico para poderem circular e distribuir com tranqüilidade seu material de propaganda.
Agora não há mais desculpas, pois, segundo o Governo do Estado do Rio de Janeiro, nas comunidades pacificadas somente o Estado te força, então é chegado o momento de o Estado provar que tem um projeto para o povo que vai além do popular: TIRO, PORRADA E BOMBA! Enquanto uma enorme parcela da população for forçada a viver às margens da sociedade por não ter as condições mínimas para sair de onde está, não haverá paz! A favela precisa formar bacharéis e para ser um bom bacharel, em tese, o cidadão precisa de acesso à alimentação, hospitais, saneamento, pavimentação, teatros, cinemas, clubes, praças, quadras e ESCOLAS de qualidade. Cabe citar que bons exemplos por parte daqueles que detém o poder também podem ser de grande serventia. A batalha da Força nós vencemos agora fica a pergunta: Será que temos recursos, disposição e acima de tudo interesse para vencermos a batalha da inteligência?